
Piolhos invadem escola
Ontem, quando cheguei a casa e enquanto os miúdos se preparavam para tomar banho, aproveitei para dar uma vista de olhos nas cadernetas e além da informação acerca de um passeio, estava também a seguinte missiva: “Verificámos a existência de crianças com piolhos e lêndeas na nossa escola”.
Nós, pais com filhos a frequentar a escola, recebemos com alguma frequência este tipo de notificações: costumo até dizer em brincadeira que a escola é o paraíso dos piolhos.
Este micro bicho passeia de cabeça em cabeça quando estas se aproximam e encostam durante aqueles trabalhos de grupo ou, sejamos realistas: durante aquelas sessões de jogos de consolas ou telemóveis, e em brincadeiras como a habitual do salão de cabeleireiro.
Ah! E não nos esqueçamos daquele hábito de pendurar mais de um casaco num só cabide…
Reuni a minha malta miúda na casa de banho.
Depois de perguntar se tinham comichão na cabeça, comecei à procura de piolhos atrás das orelhas e na nuca (os sítios preferidos deste insecto). Não encontrei nada mas, para ter a certeza que não havia piolhos ou lêndeas, passei um pente apropriado (daqueles com os dentes muito finos) nos cabelos de cada uma das crianças para ficar mais descansada.
Depois, e apesar de não haver vestígios de invasores, lavei o cabelo dos miúdos com um champô preventivo à base de óleos essenciais que servem como repelente natural.
Hoje em dia há produtos na farmácia para tratar e prevenir os piolhos, não é preciso sujeitar os miúdos ao tradicional banho desagradável com vinagre.
Durante o banho expliquei-lhes a importância de não emprestarem objectos pessoais como roupa, chapéus, bandoletes, headphones e o porquê de não encostarem as cabeças aos amigos.
Em casa cada um tem a sua escova, a sua toalha e a sua almofada: o que se gasta em roupa extra para lavar compensa-se em menor probabilidade de se espalharem os piolhos pela miudagem toda.
Enquanto brincávamos às escondidas nos quartos, aproveitei para ver os lençóis e almofadas, para ter a certeza que não havia famílias indesejadas.
Os sofás, as cadeirinhas e os bancos do carro também foram alvo de uma inspeção e aspiração. Tudo isto porque basta sobreviver um único piolho para que a praga aconteça.
As roupas devem ser lavadas a 60ºC e os objectos que não se podem lavar devem ficar três dias fechados num saco de plástico.
Na manhã seguinte quando fui deixá-los na escola conversei com as professoras e percebi que os recados que enviam para casa não são suficientes para resolver esta epidemia, e que a situação ideal seria todos os pais começarem a fazer o tratamento aos filhos ao mesmo tempo.
Aconselhei as professoras, auxiliares e educadoras a terem sempre o cabelo apanhado, porque a probabilidade de apanharem piolhos é menor.
Outro aspecto IMPORTANTE é a necessidade de combater também o próprio preconceito, porque ao contrário dos humanos os piolhos não são preconceituosos e não fazem a distinção entre cabeças sujas e lavadas.
Os piolhos não voam, tão pouco saltam … mas sabem nadar!
Por isso é tão importante seguir a regra da touca quando se vai à piscina.
Outro ponto importante, quando aparece um piolho toda a família deve fazer o tratamento ao mesmo tempo e segui-lo à risca.
E por favor deixe-se o preconceito de lado e informem-se as professoras que sim, até o nosso filho fofinho apanhou um piolhito. Ninguém o vai interditar ou colocar de quarentena, e conseguimos melhor cuidar da saúde dos nossos filhos.
Começo então já por dizer: eu farmacêutica confesso que já passei umas quantas tardes e noites a exterminar piolhos na cabeça dos meus filhos. Há uma vez (ou várias!) para tudo na vida.
E já sabe, em caso de dúvida pergunte à sua farmacêutica 😉