O pai na amamentação

No seguimento do post um pai de primeira viagem, partilho a “viagem” do Bruno pela a amamentação:

De acordo com as recomendações da OMS o bebé deve ser colocado à mama até uma hora após o parto.

Foi isso que aconteceu! Ainda no bloco, a nossa bebé foi colocada à mama. Fez uma boa pega e, tudo parecia bem encaminhado. Contudo, no dia seguinte os desafios com a amamentação começaram.

O primeiro, ainda no hospital, a bebé chorava bastante e só parava quando era colocada na mama. Parecia ter sempre fome e foi aí que as dúvidas começaram, mas o que parecia ser sempre fome eram cólicas que só aliviavam com o chuchar.

No segundo dia, ainda no hospital, começou mais um desafio: A subida do leite; um processo bastante doloroso para a mãe, em que o peito aumenta de volume, encaroça e dói.

Foi fundamental, nesta fase, a ajuda de uma profissional de saúde que orientou, com banhos de água quente e massagens ultrapassamos mais este obstáculo.

Quando tudo parecia resolvido e bem encaminhado, eis que a minha esposa se queixa que tem os mamilos com fissuras e gretas. Eu, rapidamente, me desloquei à farmácia e comprei tudo o que era possível (discos de hidrogel, creme com lanolina, mamilos de silicone, e conchas para arejar os mamilos). Após uns dias mais um desafio tinha sido ultrapassado e agora a amamentação decorria sem preocupações (pensávamos nós….).

Chegou o dia da pesagem da bebé. Lá fomos nós, animados e cheios de orgulho do nosso rebento, mas rapidamente a nossa felicidade se esvaiu quando nos disseram que a bebé não estava a engordar como o esperado e que se continuasse assim era preciso “suplementar”. A minha esposa saiu de lá a chorar, não era aquilo que tínhamos imaginado, mas a saúde da bebé estava em primeiro lugar e se fosse preciso optaríamos por dar suplemento.

Passados dois dias voltámos à pesagem, e confirmou-se que a bebé não estava engordar o que seria suposto e saímos de lá com uma prescrição de leite artificial.

Ainda não muito conformados com a situação, resolvemos pedir ajuda a uma conselheira de aleitamento materno (CAM). Esta fez algumas perguntas; quis saber quantas fraldas de xixi e cocó a bebé fazia por dia (sinal de hidratação), se apresentava sinais prostração, número de mamadas por dia, etc.

Verificou que a bebé fazia uma pega correta, e que a falta de leite não era um problema.Ensinou também várias posições para facilitar a amamentação. Reforçou também a ideia da amamentação em livre demanda – esquecer relógios e horários.

Analisou as pesagens da bebé, e concluiu que afinal o peso não estava assim tão mal e fez-nos ver que apesar de existirem orientações que devem ser tidas em conta, cada bebé tem o ser próprio ritmo de crescimento. Comprometemos-nos a deixar de usar os mamilos de silicone.

Seguimos todas as orientações da CAM e passado uma semana voltámos à pesagem.

Para surpresa de todos (nossa e dos profissionais de saúde) a bebé tinha engordado mais do que seria de esperar. Estávamos num óptimo caminho!

Hoje, passados cinco meses, temos uma bebé saudável, gordinha e alimentada exclusivamente a leite materno.”

Obrigada Bruno pela partilha!

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