O MOLUSCO CONTAGIOSO!

Numa manhã serena de sábado, entra a Rita, muito bem acompanhada pelo seu filho, o pequeno Matias. O Matias tem 5 anos e cliente assíduo de produtos para a dermatite atópica, mas este sábado foi diferente.

Tinha ido ao dermatologista, e desta vez o motivo da consulta não era o do costume… “Tenho o Molusco! Olha!! Mas não dói” dizia ele.

Muito provavelmente foi na natação que o pequeno Matias apanhou o molusco.

A Rita estava preocupada e por isso decidiu ir à farmácia para perceber o que era aquilo que descobrira na consulta dessa manhã.

Depois do atendimento estar concluído percebi que poderia ser um tema pertinente para abordar aqui, uma vez que é frequente em crianças, podendo aparecer também em adolescentes e adultos.

O Molusco Contagioso é uma manifestação de um vírus (Poxvirus) que infecta a pele.

Transmite-se por contágio directo “pele com pele” ou por partilha de objectos contaminados, como toalhas e esponjas de banho.

A dermatite atópica do pequeno Matias poderá ter sido um factor de risco para esta infecção.

Todavia, há outros factores de risco a ter em conta, como o estado do sistema imunitário.

Em indivíduos portadores do HIV ou transplantados que tomem imunossupressores o risco de contágio é maior.

O vírus demora cerca de 2 a 6 semanas a manifestar-se.

Vêem-se lesões rosadas ou amareladas de pequeno diâmetro, parecidas em forma de bolha; que normalmente surgem no tronco, braços, pernas, pescoço ou genitais.

É muito importante não coçar a lesão, uma vez que isso poderá alastrar as lesões para outras zonas do corpo.

Quando a lesão se encontra numa zona de fácil contacto, por exemplo no braço, é conveniente que sejam cobertas com um penso impermeável de forma a evitar o contágio, isto para além dos cuidados habituais de partilha de objectos pessoais.

As lesões, numa pessoa imunocompetente, resolvem-se espontaneamente em cerca de 2 meses, mas o vírus pode demorar cerca de 6 a 12 meses a desaparecer por completo. A parte positiva é que não é habitual que fiquem cicatrizes.

O tratamento deste vírus passa por limitar o alastramento das lesões e evitar o contágio a outras pessoas.

Os métodos mais frequentes são: curetagem, crioterapia e laser.

No caso do Matias, o dermatologista optou pela curetagem. Nesse procedimento faz-se a remoção física da lesão, previamente anestesiada, com uma cureta.

Espero que o molusco não ande por aí!

Texto escrito pela Filipa.

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