Mãe onde está a nossa cadelinha?
Na sequência do post adeus cadelinha de estimação, pedi a colaboração da leitora Sara Guelha, Psicóloga Clínica, sobre a melhor forma de falar com os meus filhos acerca da morte da nossa cadelinha:
“A dor associada à morte de um animal de estimação do ponto de vista cerebral e emocional funciona da mesma forma como se fosse uma pessoa.
É fundamental que eles tenham espaço para falarem sobre a mati, ver fotografias, chorar a sua morte, atribuindo um significado aos sentimentos que estão a tentar gerir.
Por outro lado, é importante responder a todas as suas questões.
Eles poderão ver a mati através dos sonhos e pensando neles, pode explicar que sempre que pensamos em alguém especial é sinal que essa pessoa está viva dentro de nós. E que fazem muito bem em pensar na mati, ter saudades, falar sobre ela.
Não faz mal não saber como responder a algumas questões existenciais.
Valide com eles que também gostaria de saber como seria e estimule as boas recordações que juntos viveram com a cadelinha.
Pode falar com a escola sobre esta perda no sentido dos professores e educadores ajudarem a lidar com o luto.
Sugira atividades com eles:
- fazer desenhos sobre a mati
- construir em família um álbum de fotos
- escolherem um jardim ou uma praia onde possam la ir sempre que tenham saudades dela, sendo um local simbólico para o luto
- podem adoptar/comprar outra cadelinha
- falar sobre emoções: como se sentem quando falam sobre ela. Validar as suas emoções não apressa o luto e estimula o processo de aceitação da perda.
Por fim, esteja atenta a alterações de comportamento deles que vos preocupe: agressividade, apatia, perda de apetite, desinteresse por atividades prazerosas, alterações do sono. Estes sinais poderão estar relacionados com sintomas disfuncionais e necessitam de acompanhamento medico.”
Obrigada do querida Sara pela colaboração e Pau Storch pela edição das fotografias.