CUIDAR, RESPIRAR FUNDO E CONTINUAR
VIAJEI PARA CUIDAR, mas não me esqueci das pausas para respirar fundo e tomar fôlego, porque são valiosas para quem cuida. E tal como a psicóloga Clínica, Sara Guelha, escreveu AQUI o cuidador não deve deixar de lado as actividades que lhe permitem recuperar do cansaço e das tensões do quotidiano.
Embora o cuidado de uma pessoa exija toda a atenção e um esforço emocional acrescido, o cuidador deve dormir as horas necessárias, fazer exercício com regularidade, evitar o isolamento social e manter passatempos e interesses.
Andámos quase sempre a pé ou de transportes públicos. A Madalena rapidamente aprendeu os diferentes caminhos para chegar a casa, ao parque, à biblioteca, à escola dos primos, e apesar dos pingos da chuva as caminhadas carregaram energias, ajudaram a organizar os pensamentos, a colocar as ideias no sitio. Foram uma lufada de oxigénio para a mente e corpo.
Escolhemos um sitio bonito, o caffe Nero, próximo de casa, para tomar o nosso chocolate quente ou cafe au latte.
Por aqui há sempre livros, jogos e brinquedos à disposição dos mais pequenos.
Descobrimos um parque bonito, o Bury Knowle Park, que além de uma grande área verde, tem uma zona com baloiços inspirados nas Crônicas de Nárnia, que fizeram as delicias da pequena Mada. No meio do parque há uma biblioteca, a Headington Library, com muitos livros e jogos para os miúdos.
Fomos até à livraria Blackwell, almoçámos por lá e depois sentadas nos puffs e no chão explorámos durante um bom tempo a zona de livros para a miudagem.
Levei a Mada a ver a exposição dos Dinossauros no museu de historia natural da universidade de Oxford, passámos uma manhã a descobrir colecções de fósseis, esqueletos, espécies de animais,dinossauros, entre outros.
Também se pode almoçar por aqui, porque tudo está preparado para receber os mais pequenos.
Uma paragem obrigatória em Oxford, é no Covered Market, um pequeno mercado pitoresco com lojinhas very british, entre elas o quiosque ben’s cookies, uma paragem obrigatória para comer as deliciosas bolachas feitas na hora – as cookies. São todas deliciosas, as nossas preferidas são as recheadas com chocolate de leite e branco.
No domingo fomos convidadas para um almoço em casa de um amigo, havia crianças de várias nacionalidades e as conversas eram feitas a quatro línguas. Para as crianças a língua e as diferentes culturas não foram uma barreira, nem tão pouco um obstáculo para brincarem e se entenderem. E assim, os mais pequenos ensinam os adultos a não complicar.
Foram estes momentos bons, muito preciosos: os passeios a pé, os livros, as cookies, o balançée e o baloiço, as gargalhadas da Mada, as galochas com lama, sentar no chão da biblioteca a traduzir os livros para a minha filha, e pouco tempo depois ter à minha volta meia dúzia de miúdos a ouvir também a história contada em Português, que me fizeram parar, respirar e cuidar de quem precisa, deixar a minha pegada de amor em Oxford.