CUIDADOS COM A PELE DEPOIS DE UMA DESPEDIDA DE SOLTEIRA AO SOL
A Joana faz parte do grupo de miúdas que cresceu aqui no bairro da farmácia. Passávamos as tardes a brincar na praceta, ou em minha casa a inventar coreografias ao som das músicas dos eighties, que tocavam no gira-discos. Desde que a conheço que sempre me impressionou a sua capacidade de falar pelos cotovelos, como se houvesse um turbilhão de pensamentos na sua cabeça que lutavam para serem os primeiros a serem ditos.
Os estudos levaram-na primeiro para o Porto, e depois até Londres de Erasmus, onde acabou por ficar cerca de dois anos, a aprender e “a fazer um pouco de tudo”, como gosta de dizer. Regressou a Portugal quando foi convidada para dar aulas em Lisboa.
A mãe continuou a ser visita assídua na farmácia, e isso sempre vai servindo de pretexto para que a Joana a acompanhe, ora para pedir um aconselhamento, ora para dar dois dedos de conversa. Foi o que aconteceu esta semana.
Tinha acabado de chegar da sua despedida de solteira no Algarve. As madeixas apanhadas num carrapito deixavam à vista um rosto bronzeado. Deslizando para a frente e para trás as fotografias no telemóvel, aproveitou para tagarelar animadamente sobre todos os episódios vividos entre as amigas. Houve tutus, coroas de princesa, passeio de catamaran, noites de karaoke e as costumeiras e nostálgicas confidências no feminino pela madrugada fora.
Depois, guarda o telemóvel e vira-se para mim. Sorrindo continua a falar, agora sem tirar os olhos dos meus, como se esperasse ver uma aprovação silenciosa, “a aliança e o papel passado não é de todo importante para mim… mas o Nuno faz questão de casar antes de começarem a chegar os bebés. Quando era pequena tive uma panca por casamentos e vestidos de noiva, enchia as contracapas dos cadernos da escola com desenhos de noivas, mas não passou disso mesmo. Concordámos com um casamento intimista, seguido de um fim-de-semana nos Açores, só para não dizer mais tarde aos putos que os pais não foram de lua-de-mel.”
Testemunhar a torrente de factos e sentimentos na voz que conhecia desde há muitos anos emocionou-me. Por isso limitei-me a abraçar a miúda tagarela das brincadeiras na praceta.
“Desculpa, deu-me para o sentimentalismo, só isso. Passei por cá porque preciso de alguns conselhos teus para tratar a minha pele depois do sol que apanhei.”
Expliquei à Joana que o sol, a água do mar e o cloro da piscina, são apenas algumas das agressões que a pele é sujeita nesta altura do ano e que a deixam áspera, seca, por vezes manchada, sem brilho e sem elasticidade.
Para recuperar a pele das marcas deixadas pelo verão, devolvendo-lhe a suavidade perdida foi aconselhado:
Esfoliar, para remover as células mortas que se acumulam à superfície e conseguir uma pele mais uniforme, ao mesmo tempo estimula a renovação natural da pele
Hidratar, depois de renovada a pele precisa ser “alimentada”; é essa a e função dos produtos hidratantes e emolientes, pala além de promoverem um bronzeado mais duradouro. Usar um hidratante adequado ao tipo de pele, podendo optar por produtos específicos para depois da exposição solar (pós-solares ou aftersun), aplicando com generosidade pelo menos numa vez por dia.
Conselhos dados, abraços e conversas postos em dia, não pude deixar de me lembrar da Joana como um pôr-do-sol… Talvez fosse pela sua pele bronzeada, no rescaldo de uma grande viagem de praia, mas a mim pareceu-me uma espécie de promessa nostálgica do dia que ainda está para vir.