Actividades extra-curriculares sem stress

Quanto tempo demora a organizar a “agenda” dos seus filhos?

Hoje decidi contar o tempo que demoro todas as segundas-feiras a planear e a sincronizar as actividades extra-curriculares dos meus filhos, com a minha agenda, e com a do pai.

Resultados apurados:

8:30 Coloco o relógio em cima da secretária.

8:31 Ligo o computador, folheio a minha agenda, espalho os horários dos miúdos, selecciono a “tabela horário semanal” e começo por preencher a data – aqui estou a ganhar balanço para “a corrida de cem metros”.

8:33 Preencho os espaços em branco com as horas das entradas e saídas das escolas.

8:40 Distribuição de todas as actividades extra-curriculares: Ballet, Polo aquático, instrumento musical, natação e escutismo.

8:46 Organizo o circuito das boleias escola-actividades-casa.

8:50 Telefonemas para a avó e pai – confirmar as boleias da semana.

9:18 Tarefa terminada.

Planear é uma mais-valia,  é dar corpo a uma potencial desorganização, é organizar o meu tempo, é uma estratégia pessoal para contornar parte do stress diário.

As actividades extra-curriculares são decididas lá por casa de acordo com a preferência dos miúdos, o número de vezes por semana (duas no máximo) a disponibilidade dos pais e por vezes dos avós, e com a distância casa-escola. A proximidade é preciosa, diminui o tempo e o stress entre viagens.

Para nós pais confesso que é preciso muita energia e sobretudo calma para não enlouquecer na ginástica heróica, diária de conseguir que os nossos filhos cheguem on time aos destinos.

Somos loucos em aceitar estas correrias? Talvez.

Porque invisto nas actividades extra-curriculares  e motivo os meus filhos a frequentá-las?

 É dar-lhes a possibilidade de explorarem áreas e matérias às quais não têm acesso na escola ou em casa.Como pais queremos que adquiram qualidades como a perseverança, disciplina, cooperação e aprendam normas de conduta e valores.

Gostamos de assistir aos torneios, saraus, concertos, apresentações e afins?
MUITO!

Sentir um orgulho bom que enche as medidas de uma mãe, pai, avó, tio ou madrinha.

A expressão de felicidade quando nos descobrem na plateia vale tudo por si só.

Reforçar a confiança dos miúdos por terem concretizado um objectivo.

“ÀS VEZES”, acontece…

Assistir aos jogos quer faça sol ou chuva… esperar horas para assistir a uns escassos minutos de actuação, ou estar sentada na bancada da piscina a suar as estopinhas porque está um calor de fritar ovos.

O que faço ao meu tempo enquanto espero que a actividade termine?

É uma  excelente pausa, basta desligar o complicómetro do modo “tenho tanto para fazer e agora olha para mim aqui sentada”.

Aproveito para por a leitura em dia e sobretudo para sociabilizar, dar dois ou três dedos de conversa.

As conversas entre os pais, avós ou tias são quase sempre reconfortantes e muitas vezes “terapêuticas”. Chegamos sempre à mesma máxima:

“ Andamos todos a correr de cá para lá e de lá para cá”.

Depois percebemos que as preocupações e as dúvidas são iguais ou semelhantes; Queixas de cansaço acumulado, do excesso de horas de trabalho, da falta de tempo, do jantar que ainda está por fazer, da empregada que faltou e não avisou, muitos TPCs. O tempo perdido no trânsito. As doenças, as birras, o trabalho que ainda há para fazer depois de deitar a criançada.

Acompanhamos o crescimento dos nossos e também a dos coleguinhas de actividade.

Desta troca de experiências surgem novas estratégias que ajudam a equilibrar o dia-a-dia, e por vezes sem estarmos à espera, amizades para a vida.

No entanto, tenho bem presente, se o reboliço das actividades extra-curriculares começar a complicar com a minha “tranquilidade mental” e consequentemente com a de todos lá em casa. Ficam em standby o tempo que for preciso.

 

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